Caso Mércia Nakashima: história de amor e ódio que terminou no fundo de uma represa

Caso Mércia Nakashima: história de amor e ódio que terminou no fundo de uma represa


No dia 23 de maio de 2010, por volta das 18 horas, a advogada Mércia Mikie Nakashima, de 28 anos, desapareceu após sair da casa da sua avó, na cidade de Guarulhos. Mércia tinha como destino a sua residência, na mesma cidade. A advogada estava na condução de seu veículo Honda Fit, de cor prata.

Familiares dirigiram-se ao 6º Distrito Policial de Guarulhos, que elaborou Boletim de Ocorrência do desaparecimento de Mércia, e em seguida procuraram a Delegacia de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Homicídios da Polícia Civil de São Paulo (DHPP), que iniciou as investigações.

Apurou-se que Mércia manteve um relacionamento amoroso conturbado com o também advogado Mizael Bispo de Souza. Alguns meses antes, Mércia havia terminado o relacionamento, mas Mizael não se conformava com o fim do namoro e sempre tentava reatar.  Testemunhas ainda relataram que Mizael era ciumento e possessivo, e que, após o término do relacionamento com a vítima, Mizael constantemente à ameaça de morte. Inclusive havia indícios de que Mizael a agredia, em virtude dos hematomas que algumas vezes Mércia apresentava.

No curso das investigações, identificou-se um pescador que, na noite em que Mércia desapareceu, viu uma pessoa alta, do sexo masculino, empurrar um carro de cor prata para o interior de uma represa em Nazaré Paulista/SP. O pescador ainda contou que antes do carro submergir ouviu gritos de “ai”.


O Corpo de Bombeiros foi acionado e no dia 10 de junho encontrou o veículo de Mércia submerso no fundo da represa, sendo retirado de seu interior. As buscas continuaram, e no dia seguinte o Corpo de Bombeiros também obteve sucesso em encontrar o cadáver de Mércia na represa.  

O exame necroscópico apontou como causa da morte afogamento. Mércia, contudo, fora alvejada, ainda em vida, por disparos de arma de fogo.

As suspeitas logo recaíram sobre Mizael, o qual, entretanto, negava o crime e apresentava álibi para o dia do desaparecimento de Mércia. As investigações, contudo, fulminaram o álibi de Mizael e refutaram suas alegações de não ter mantido contato com a vítima no dia dos fatos.

Os policiais ainda identificaram um amigo de Mizael, de nome Evandro Bezerra Silva, que manteve intenso contato com Mizael no dia do desaparecimento de Mércia.  Evandro trabalhava informalmente como segurança para Mizael, e durante os dias que antecederam o crime, ambos encontraram-se quase que diariamente, provavelmente para planejarem a morte de Mércia.


A prova técnica produzida, ainda, vinculou Mizael à cena do crime, isto é, à represa onde o carro e cadáver de Mércia foram localizados.

Com base nesses elementos apurados, o delegado de polícia da Delegacia de Desaparecidos representou pela prisão temporária de Mizael e Evandro, que restaram decretadas. 

Evandro fugiu para a região Nordeste do país, contudo acabou sendo preso em Maceió. Interrogado, negou ter participado do crime, porém atribuiu a autoria a Mizael. Alegou que apenas foi buscar Mizael na represa de Nazaré Paulista, e somente soube do crime quando Mizael entrou no carro, ocasião em que este lhe disse haver matado Mércia.


Mizael também foi preso, entretanto manteve-se negando a autoria do crime.

Ao término das investigações, a Polícia Civil de São Paulo solicitou as prisões preventivas de Mizael e Evandro, que foram decretadas, e ante o arcabouço probatório obtido nas investigações, Mizael e Evandro foram condenados, respectivamente, às penas de 20 anos de reclusão e 18 anos e 8 meses de reclusão.

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